Com amigos como esses…
Ao longo do livro de Jó, os três (e depois quatro) homens que foram falar com o patriarca tinham bons motivos. Eles tinham ouvido o que havia acontecido com ele, e foram “juntamente condoer-se dele e consolá-lo” (Jó 2:11). No entanto, depois que Jó começou a falar, lamentando as tragédias que haviam ocorrido, parece que eles acharam mais importante colocar Jó em seu lugar e corrigir sua teologia do que incentivar e levantar o ânimo do amigo sofredor.
Diversas vezes aqueles homens se equivocaram completamente. Mas vamos supor que eles estivessem certos. Vamos imaginar que todas aquelas coisas tivessem acontecido porque Jó as merecesse. Eles poderiam estar teologicamente corretos, mas e daí? Jó precisava de teologia correta ou de algo totalmente diferente?
5. Leia João 8:1-11. O que Jesus demonstrou que faltou em grande medida aos amigos de Jó? Assinale V para verdadeiro e F para falso:
A. ( ) amor, graça e perdão.
B. ( ) percepção da realidade.
Há uma grande diferença entre a mulher adúltera e seus acusadores, de um lado, e Jó e seus acusadores, do outro lado. A mulher era culpada. Embora ela pudesse ter menos culpa do que aqueles que a acusavam, a culpa dela nunca foi questionada, ainda que houvessem circunstâncias atenuantes. Em contrapartida, Jó não era culpado, pelo menos no sentido de culpa alegado por seus acusadores. Porém, mesmo que Jó fosse culpado como essa mulher, o que ele precisava daqueles homens era o mesmo que ela precisava, e também o mesmo que as pessoas sofredoras precisam: graça e perdão.
“Em Seu ato de perdoar essa mulher e animá-la a ter uma vida melhor, resplandece na beleza da perfeita Justiça o caráter de Jesus. Ainda que não use de paliativos com o pecado, nem diminua o sentimento de culpa, procura não condenar, mas salvar. O mundo não tinha senão desprezo e zombaria para essa transviada mulher; mas Jesus proferiu palavras de conforto e esperança” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 462).
O livro de Jó ensina que precisamos dar aos outros o que gostaríamos de receber se estivéssemos no lugar deles. Com certeza, há um momento e um lugar para repreender e confrontar, mas, antes de estudar a possibilidade de tal papel, precisamos nos lembrar humildemente de que nós mesmos somos pecadores.
Como podemos ter mais compaixão por aqueles que estão sofrendo, até mesmo os que sofrem por seus próprios caminhos errados?